Ironia em Sinfonia

Entrevista a Jaime Pacheco (Jornal Record, versão on-line)
(alguns excertos)


Já fez a sua obrigação de ir comer um pastel de Belém?
João Mota, Seixal

Jaime: Felizmente, os pastéis de Belém sobem a rampa e vêm ter comigo. Sou um pasteleiro por natureza e gosto muito de bolos, desde que sejam pequenos. Que bem me sabem quando vêm quentinhos e, sempre que posso, até os levo para o Norte. Vim para o clube certo.
Comentario: Vies-te para o clube certo... só por causa dos bolos?



Porque razão as equipas que você treina são sempre faltosas e agressivas?
Nuno Maia, Póvoa de Santa Iria

Jaime: Não são não. Se uma equipa grande ou do gosto do Nuno Maia fizer isso e ganhar, o leitor falará de amor à camisola e dirá que são lutadores e dignificam os adeptos. Todas as semanas vejo na nossa Liga expulsões, agressões, faltas e mais faltas e não sou eu o treinador. Na altura, fui apelidado assim porque ganhava aos grandes e havia muita gente a quem não interessava que o Boavista fizesse isso. Então, colocaram-me esse rótulo, ao ponto de alguns jogadores serem assim e depois, quando chegam aos grandes, já passarem a ser considerados grandes profissionais. É uma frase feita, se calhar encomendada e bem propagandeada para me prejudicar. Pergunto ao Nuno: gosta de um jogador da sua equipa preferida que não meta o pé, não corra, não faça um carrinho e não lute? Sinceramente, não acredito que goste.
Comentário: Tanta agressividade na resposta Jaime, se calhar a carapuça serviu-te bem ...



Acompanha os resultados e os jogos de outras modalidades onde o Belenenses é forte, como o andebol, o râguebi e o futsal? Ficou a conhecer melhor o ecletismo do clube?
José Ferreira, Aveiro

Jaime: (...) Gosto de hóquei em patins e de ciclismo, não gosto muito de jogos com a mão.
Comentário: Ahhhh por momentos pensei que eras adepto do xadrez porque gostavas de jogos com o pé...



Qual dos jogadores menos utilizados do Benfica gostaria de ter na sua equipa por empréstimo?
Vítor Santos, São Pedro da Cova

Jaime: Honestamente, não sou muito apologista dos empréstimos. Prefiro comprar um jogador na 2.ª Divisão ou ir buscar à formação.
Comentário: Ainda há bocado tinhas dito que gostavas de ganhar! Estás a entrar em contradição Jaime...



Depois de ter sido campeão no Boavista e ter ido para Espanha, tudo parecia indicar que iria fazer uma grande carreira internacional. O que lhe faltou para o conseguir?
Pedro Afonso, Ovar

Jaime: (...)Entre outros, perdemos o Pandiani, melhor marcador da equipa, para o Corunha. Por fim, nada tive a ver com os reforços que chegaram. Quis contratar o Maciel, o Martelinho, o Luís Loureiro e o Pepe, então no Marítimo.
Comentário: Ai malandro... com que então qerias formar uma dream team no Maiorca e não dizias nada ao pessoal?



Acha que o futebol português terá um bom futuro?
André, Seixal

Jaime: (...) Se conseguíssemos manter cá os melhores jogadores e voltar a trazer alguns craques do Brasil ou da Suécia, a qualidade melhoraria bastante.
Comentário: Da Suécia ????????? Que saudades do Martin Pringle...



Dos atletas que já treinou, refira: o mais habilidoso, o que mais gozo lhe deu treinar e o que mais sentiu que se encaixava na imagem que tem de um jogador de futebol.
Rui Costa, Arcozelo

Jaime: Se calhar, vou ser injusto para muitos. Mas, treinei o Timofte e tecnicamente era fabuloso! Por aquilo que conheci, o Vítor Paneira, Capucho, Zahovic, Sanchez… trabalhei com um naipe de jogadores tão dotados que é difícil dizer quem foi o melhor.
Comentário: Samuel Eto'o ... lembras-te Jaime?



Qual o seu maior sonho que espera poder realizar-se enquanto treinador?
Nuno Silva, Porto

Jaime: Há muitas questões que me são colocadas e às quais não posso responder concretamente porque a sociedade não permite que as pessoas falem a verdade.
Comentário: Olha ali um fantasma, dispara Jaime dispara ...



Qual foi a decisão mais difícil que tomou como treinador de futebol?
Diogo, Porto

Jaime: Muito honestamente, a decisão mais difícil e delicada é sempre dispensar jogadores, por uma questão humana, sentimental e até de sobrevivência. É a coisa que mais me custa. Faço-o, dou sempre a cara, falo, mesmo em situações em que por várias razões não seja a pessoa mais indicada para o fazer. É óbvio que em alguns casos também não custa nada dado os antecedentes. Às vezes, até dá gosto e prazer…
Comentário: Ah e tal é difícil... mas que é bom é, às vezes dá gosto ...



Que sentimentos guarda em relação ao seu colega de profissão José Mourinho: inveja, orgulho no trabalho que ele tem realizado ou mantém rancor no âmbito das quezílias que mantiveram?
Paulo Cardoso, Angra do Heroísmo

Jaime: Não tenho nem inveja, nem rancor, nem sou prepotente. Se me ferirem ou magoarem, geralmente nem ligo muito. Agora, não admito que o façam a nível humano. O Paulo Cardoso deve ser, e tem motivos para isso, um fã incondicional do José Mourinho, mas eu sou ainda mais fã incondicional dos meus valores e princípios, os quais a sociedade deixou de enaltecer. Além disso, não tenho motivos para ter inveja de ninguém. Basta ver o meu currículo como jogador e treinador…
Comentário: Basta ver o teu currículo não é ? E o dele, já viste ?



Qual foi o melhor grupo de trabalho em que esteve inserido, quer como treinador, quer como jogador? E porquê?
Rui Silva, Torres Novas

Jaime: (...) Como treinador, só há bom ambiente quando se está a ganhar. Por isso, posso dizer que tive quase sempre bons balneários.
Comentário: Ainda bem então, porreiro para ti Jaime ...



Ainda é sócio do Boavista?
David Flores, Lisboa

Jaime: Não tenho as quotas em dia, mas sou.
Comentário: O Boavista é o meu clube do coração... está em crise? Está nas mãos de cada um ajudar ...



Qual o melhor jogo que fez e que mais recorda como jogador e como treinador?
Sérgio Martins, Coimbra

Jaime: (...) Como treinador tive grandes jogos, quer no V. Guimarães, quer no Boavista, quer até no U. Lamas, em que empatei 0-0 nas Antas.
Comentário: ESPETÁCULO !!! Empatei ... e sem sofrer golos !!! Yupiiiiii



Presenteio-vos caros leitores com mais uma pérola, de um treinador tão experiente em futebol como em falar um paupérrimo português ("uma faca de dois legumes") ...
Dizem que se avalia um homem pelos seus actos e palavras... neste caso gostaria de sugerir um método difrente de avaliação, caso contrário nada de positivo poderia proferir sobre este pobre ser...